quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Seria Amélia a mulher de verdade?






"Mulheres em praça pública incendiando seus sutiãs é sem dúvida um forte símbolo do movimento feminista. Há quarenta anos as discriminações sofridas as impulsionaram a reivindicar mais espaço social, político e econômico, e a queima de sutiãs (ou bra-burning) é apenas um aspecto marcante. Desde então, quebraram-se alguns tabus, principalmente em relação à sexualidade, somado à busca por nivelamentos salariais em comparação ao ganho masculino no mercado de trabalho. Definições clássicas do feminismo o restringem a lutas que tensionam a relação entre os sexos. Porém, vemos hoje uma nova configuração de movimentos feministas com organizações em prol dos direitos das mulheres, contrapondo-se a visões negativas a respeito do feminismo, com a afirmação de que foi derrotado. A herança de adeptas do bra-burning é perceptível a partir do momento em que mulheres passam a ocupar posições antes restritas aos homens." Monike Mar (olharvirtual.ufrj.br/2006/index.php?id_edicao=226&codigo=4)







Ontem estava no shopping e fiquei revoltada ao entrar em uma loja de roupas e ver uma blusa masculina com o desenho de um fogão, e a seguinte frase: Precisa-se de pilota. ¬¬
A sociedade brasileira ( e não só a brasileira, refiro-me ao Brasil por ser a minha realidade mais próxima) ainda precisa destruir alguns paradigmas que colocam a mulher submissa ao homem e em condições de subordinação. É importante que haja uma superação dos valores hipócritas e discriminadores, fruto de uma colonização patriarcal e de uma emancipação feminina ainda incipiente.
As senhoras de engenho, dedicadas e dependendes dos seus maridos, compuseram a primeira forma de relação androcêntrica no Brasil colonial. A submissão delas nunca fora contestada, mas era evidente. O maior desafio hoje é desconstruir os valores machistas presentes no inconsciente coletivo - a mulher como procriadora e rainha do lar- e valorizar o verdadeiro sentido da essência feminista - um ser com desejos, necessidades, angústias e que possui vontades próprias, tal qual o homem.
A inserção da mulher no mercado de trabalho, o direito ao voto, a ascensão da mesma no quadro social, apesar do machismo e da discriminação, vêm evidenciando o quanto o "SEXO FRÁGIL" tem se mostrado forte na luta pelo reconhecimento social e por uma maior igualdade entre o ser feminino e o masculino. Vale ressaltar que igualdade almejada é de direitos e oportunidadess, não uma padronização, já que existem valores singulares que diferenciam ambos os sexos.
Se Amélia, " QUE NÃO TINHA A MENOR VAIDADE", era a mulher de verdade, é louvável que tenham existido e que existam Joanas, Simones, Matildas, Angelas, Bettys, Carolinas e Priscilas para provar o contrário. Para provar que a mulher é um ser que merece ser respeitado e admirado, e que deve estar no mesmo, ou acima, do patamar social que o homem ocupa.
E se alguém te revoltar, cara amiga, queime seu soutien, mostre que você não é rainha do lar, que você não nasceu para servir homem algum, e que não importa o que pense a sociedade sobre a mulher ser frágil ou não, porque a essência feminina vai muito mais além do que procriar ou servir como "objeto de estudo anatômico" para alguém.




5 comentários:

Unknown disse...

Infelizmente os valores machistas estão incrustados nas entranhas ideológicas da sociedade. Assim como diversos outros paradigmas, a imagem da mulher amélia deve ser expurgada do imaginário social. É chegado o momento social em que não existe mais espaço para pensamentos misóginos, já que a mulher já alcançou espaços invioláveis no cenário político, econômico e social no mundo.
São os tempos da Caliuga, é ultrajante ver que ainda existem pessoas com essa mentalidade ultrapassada. Olhemos para frente e deixemos o pensamento retrógrado para trás.
Lai, sua reflexão foi fantástica, que venham as próximas! = D

Beijos

Victor Fonseca disse...

Sei que é facil eu na minha posiçao de homem falar sobre o machismo, porém penso que deve existir um complemento entre homem e mulher nao uma igualdade.
A mulher não deve apenas ficar restrita a os afazeres domésticos,deve sim buscar sua felicidade ela estando em uma industria quimica ou em casa com seus filhos.
Não associar varer chão a escravidao feminina mas sim algo necessario que cabe não apenas a mulher mas também ao homem

F. Maj disse...

Na europa ocidental é comum a divisão de afazeres domésticos entre o casal.
Não fale do Brasil, mas sim a América como um todo tem esse aspecto machista, creio eu que apenas com a exceção do Canadá.


[carece de fontes]

Com direitos, há deveres.
É uma questão social.

Anônimo disse...

Conquistamos muito, sim!
Mas, ainda é pouco, a discriminação ainda é evidente, forte, marcante, dolorosa.
E que comecemos então a queimar os soutiens, e se ainda for insuficiente, vamos atear fogo também às calcinhas; e às cuecas, para aquelas que usam!

Laís Portela disse...

Eu sei, Majinho.
Mas como disse, falei do Brasil por ser uma realidade mais próxima da minha. ;)